terça-feira, 1 de janeiro de 2013

QUERO SER TRATADO COMO GENTE

Tenho um amigo de muitos anos, mais ou menos uns vinte. Acompanho de longe a sua trajetória profissional, e embora nunca tenha expressado isso a ele, sempre tenho comigo que ele deve ser muito competente e dedicado naquilo que faz.

Dias atrás, fiquei pensando o quanto me chama a atenção o seu jeito viver. É uma das pessoas que conheço, que na sua trajetória de vida não apenas trata os outros como “gente”, mas também faz questão de se posicionar na vida de modo a ser tratado como tal. Isso parece ser tão importante, que é como se ele “transpirasse” isso involuntariamente no jeito de se colocar diante das outras pessoas, e da vida.

Nós não convivemos próximos, e faz atualmente muitos anos que nem nos falamos. Contudo, no remoto contato que temos (afinal hoje em dia com a tecnologia e as redes sociais as pessoas só perdem mesmo o contato umas com as outras se não forem suficientemente interessadas em preservar os relacionamentos), continua me impressionando o quanto aprendo com esse seu jeito de ser. Somos co-responsáveis no que tange à forma como os outros nos tratam nesta vida. Afinal, o modo como nos posicionamos comunica a elas, e reitera a nós próprios, o modo como desejamos ser tratados. Ao comunicar, recebemos um feedback, e assim sucessivamente o círculo interacional se estabelece.

Se queremos melhorar uma relação, não podemos mudar o outro, mas podemos começar mudando a nossa forma de nos relacionarmos com os outros, conosco mesmos, e com a vida. Quem se coloca na vida como lixeira, pode receber lixo de volta, quem se coloca como mendigo, pode receber esmolas, mas quem se coloca como gente, pode ser tratado como tal. Isso não é uma regra ou um processo linear de estímulo-resposta, pois o processo interacional é muito mais complexo. Porém, este é um bom começo, afinal, no fundo , no fundo, cada um de nós comunica ao mundo como deseja ser tratado