É de
experiência profunda que este trata.
Experiência
de religare.
Imag-in-ação.
Já
imaginastes? – perguntou
Já
imaginastes como é uma dança sem fim?
Incansavelmente
chamada PARTILHA
Tira daqui
e move pr'a ali
Passo pr'a
cá, e o outro pr'á lá
Dança
coordenada
Passo com
passo
Rítmo com
rítmo
Respiração
com respiração
Humanidade
com humana-idade
Quebra
cabeça cujas peças sempre encaixam.
Algumas
partilhas são assim
Não se
chamam rotina
Estão
anos luz longe do tédio
Se chamam
partilha sem fim
Mudo aqui
e você muda ali
Encaixo e
desencaixo
Pr'a
depois encaixar novamente
E as peças
nunca caem, nunca saem do lugar
Como trem
que nunca descarrilha
Sincronia
A dança
não cansa jamais
É dança
cria-ativa (CRIATIVA)
Profundamente
gerativa, geracional
Como
filhos que nascem
Os
produtos destas partilhas são
A menina
dos olhos da VIDA dos dançarinos
E a dança
dura o tempo do regar do jardim da VIDA.
Vida
efêmera, passa depressa
Mas a
dança dura todo o tempo que dura
Essa
efêmera VIDA
E a torna
bela
Palatável
Amorosamente
acolhedora e afável
Ao ponto
de os dançarinos sorrirem espontaneamente pr'a VIDA
Dando a
ela um sentido profundo
Bendizendo
estarem VIVOS e dançantes.